Olá, pessoal! Mais um capítulo do meu livro Laços. Se puderem deixar um comentário para eu saber o que acharam, agradeço muito! Se quiserem adquirir um exemplar autografado, me contate em @sorayafreireoficial
Carly estava decidida a voltar para casa, mas Lucy acabou convencendo-a a ficar até o Natal. André e Clarice tinham começado a namorar e o assunto de Angélica e Sílvia girava em torno do futuro casamento. Sentindo-se pouco à vontade com todas as reuniões com os Schutt, Carly foi para a Fazenda. Rosana ficou muito feliz, assim como Rosa. Carly era completamente apaixonada pelo filho de Rosana e Ricardo, Ricardo Jr. O garotinho de quatro anos era muito esperto e fofo.
Na fazenda, Carly também podia montar e ela amava isso. Tiago tinha dado
uma égua a Lucy. Chamada de Brietta pela irmã de Carly, o animal era uma
puro-sangue branca com uma mancha escura no dorso. Já vencera alguns prêmios,
apesar de jovem. Brietta era dócil, mas Lucy não a montou mais que um par de
vezes. Carly gostava muito de Brietta e vice-versa. O parceiro de Brietta era
Trovão, um cavalo preto, que André ganhou do tio. Os dois foram os únicos que
montaram o bicho sem serem lançados ao chão. Carly passava bem longe da baia de
Trovão. Ela estava escovando Brietta, junto com Ricardo Jr., dois dias antes do
Natal, quando o menino pulou do banquinho, gritando Andy!. Carly avistou o Mitsubishi Pajero de André vindo pela
estrada de terra. Ele trouxe tia Salomé e tio Eli, que a convite de Lucy,
tinham vindo para o Natal.
— Oi — disse André, ao aproximar-se de Carly, segurando o primo.
— Oi — disse ela, depois de ser abraçada pelos tios.
— Lucy e Tiago estão vindo.
— Ela me ligou de manhã — falou Carly, sem olhar para ele, que ficou
incomodado com a frieza dela.
André foi falar com os tios, as primas e a avó. Dona Anita chegara
naquela manhã, junto com Natália. Lucy e Tiago chegaram pouco depois, seguidos
pelos Schutt. Clarice cumprimentou Carly, perguntando como ela estava e ela
respondeu apenas “Bem”.
— Renata e Roberta não vêm? — perguntou Natália ao irmão.
— Não. Betinha foi visitar Rê em Nova York e as duas prometeram vim pro
São João — disse Ricardo.
— E Betinha, vai mesmo noivar com o Paulo?
— É o que parece.
Carly olhou para André com Clarice, do outro lado da sala, e ele olhou
para ela. A moça desviou os olhos e foi para a varanda. Sentou-se em uma das
cadeiras de balanço e fechou os olhos, sentindo o vento no rosto; as conversas,
na sala, tão longe quanto ela conseguia afastá-las. Começou a imaginar diálogos
para seus personagens, da história que estava escrevendo agora.
— Cá — disse Tiago, no que pareceram minutos depois. Carly abriu os
olhos e percebeu o cunhado e Lucy observando-a. — Tudo bem?
— Tudo — disse ela. Lucy disse que tia Rosana estava chamando para o
almoço.
Carly percebeu, depois que Lucy e Tiago sentaram-se juntos, que o único
lugar que sobrara era do lado direito de André; Clarice estava do esquerdo.
Mas, pelo menos, dona Anita estava sentada à cabeceira da mesa e ficaria perto
dela.
— Polenta? — perguntou André a Carly, depois de servir Clarice. Carly
olhou para ele. André sorriu e ela teve vontade de pegar a colher que ele
segurava e bater na cabeça do rapaz.
— Não, obrigada — falou ela, repreendendo-se pelo pensamento tolo.
Depois do almoço, André levou Clarice para passear. Carly ficou
observando-os descer até o pomar, enquanto estava na varanda com seu notebook.
Carly dizia a si mesma, há vários dias, que não se importava se André ia casar
por dinheiro ou não. Mas quando entrou no Facebook,
ela não pôde manter a mentira para si mesma. Quando a página carregou, a
primeira coisa que apareceu em sua Timeline
foi:
André Ferreira atualizou seu status de relacionamento
Em um relacionamento sério com Clarice Schutt
Carly ficou parada, enquanto a
informação a atingia como uma flecha. Se ele
mudou o status no Facebook era
porque estava levando o relacionamento a sério. Mas claro que estava. Ele precisava casar, era óbvio. Carly odiou
André por tratar o casamento como um negócio. Ele imaginava que seria feliz,
casando daquele jeito? Por puro interesse?
Carly viu que o ícone dos
amigos tinha um número 1. Ela clicou e Clarice tinha-lhe enviado uma
solicitação de amizade — ela ignorou-o. Clicou no ícone das mensagens também
com um número 1. Era Lorena.
Hi, Ca! Td bem? Estamos bm, eu e meu bb. Tem sido
otimo trabalhar na WW! Obg mais uma vez. Lu me disse q Andy vai casar. Sinto mt
L Pensei q ficariam juntos.
Carly balançou a cabeça para o pensamento ridículo de Lorena e respondeu
à mensagem:
Oi, Lore! Não tem que me agradecer. Lu disse que você
é uma ótima funcionária. Eu e André NUNCA ficaríamos juntos. Bjs pro ChristianJ
Carly decidiu entrar e ficar
no seu quarto até todos irem embora. Mas tinha esquecido que Lucy e Tiago
estavam lá. O casal estava deitado, Tiago com a cabeça na barriga de Lucy, e
ela acariciava os cabelos dele. Quando Carly entrou, eles olharam para ela.
— Ah, gente, desculpa — falou ela, sem graça. —
Esqueci que estavam aqui.
Carly ia sair, mas Lucy pediu
que ela ficasse. A moça terminou de entrar. Lucy e Tiago sentaram-se na cama e
ela estendeu a mão para irmã.
— O que foi, Cá? — perguntou
Lucy, enquanto Carly sentava-se a seu lado. — Tu tá tão caidinha.
— Eu tô bem — disse Carly,
sorrindo.
— Só pra ficar claro, preferia
que você fosse minha cunhada — disse
Tiago. Carly olhou para ele e não entendeu, a princípio.
— Não fala bobagem, Tiago.
André está muito bem com a Cecília. E eu tô nem aí pra eles.
— Clarice — corrigiu Tiago. Carly deu de ombros; pouco importava.