(Resenha) Enquanto eles não vêm, de Robson Gundim


Toda vez que eu leio um livro de Robson Gundim me pergunto se eu tenho capacidade para fazer uma resenha e, ao mesmo tempo, sei que preciso falar sobre.
O novo romance policial, "Enquanto eles não vêm", segue os policiais David e Lívia em uma aventura para solucionar o mistério que cerca o povoado de Paraíso Florestal. Apelidado carinhosamente de "verdinho" pelos fãs e pelo autor, o livro desponta como uma ficção científica nacional de alto-padrão. E se Robson, sendo estudante de cinema, escreve com a agilidade de um roteirista, não é muito difícil imaginar essa história na tela grande. 
A história, como todas as outras do autor, traz um contexto histórico. Um pouco depois do incêndio no Palácio de São Cristóvão, também conhecido como Museu Nacional, eu li a parte do diário de Samanta Mombach, em que ela narra a visita ao Museu, na década de 70. Ficção e realidade se chocam de maneira contundente.
"Enquanto eles não vêm" nos mantém em um linha tênue de suspense, mistério e drama. A busca frenética pela verdade e a luta contra a morte iminente nos fazem perder o fôlego. No decorrer da história, somos apresentados à estranha família Mombach. Com fragmentos de jornais antigos, livros e diários, ficamos mais perto da solução enquanto a loucura aumenta. E quando chegamos ao final, nos perguntamos se teremos uma continuação. O mundo estará perdido com a ameaça de contaminação? Como exatamente começaram as experiências dos Mombach? Os habitantes de Paraíso Florestal foram todos  exterminados?
Eu posso ser suspeita para falar da escrita de Robson, mas ele se supera a cada nova obra, tornando-se um autor de qualidade, desdobrando-se em diferentes estilos, sem se afastar do que o define: narrativa fluída, bem escrita e regada de maravilhosas ilustrações. 

Soraya Freire é escritora, Gestora Ambiental, estudante de Letras-Inglês e fã da narrativa de Robson Gundim.

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