Eu tive minha primeira crise depressiva aos 14 anos. Não que antes disso eu já não me sentisse triste, sozinha e com medo. Eu tive que parar de estudar porque eu sentia muitas dores de cabeça, não dormia e estava difícil manter os estudos. Depois de muito tempo indo ao neurologista, minha mãe, finalmente, me levou ao psiquiatra e ele me deu diagnóstico de início de depressão. Fui medicada por pouco tempo e ele disse para que eu seguisse com a psicoterapia. E eu continuei por dois anos. Me senti melhor.
Mas ainda levaria doze anos até o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Esquiva(Evitativa).
Eu vivenciei crises maiores e menores de depressão nesses anos e tentei várias terapeutas. Quando minha atual terapeuta fechou, com o psiquiatra, o diagnóstico, eu nunca tinha ouvido falar nesse transtorno. Já lera sobre vários transtornos de personalidade e me identificara com vários sintomas de vários deles.
Os dois me explicaram que o TPE tinha como traços inabilidade social, sentimento de inadequação, baixa autoestima, sofrimento em interações, sintomas depressivos. Meus testes de personalidade não deram depressão como característica maior.
Ufa! Finalmente eu sabia o que eu tinha. Mas ainda foi difícil aceitar que eu tinha um transtorno de personalidade. Minha psicóloga me disse para eu não me apegar a rótulos.
De fato, olhando para trás eu consigo ver várias características do TPE. Nunca gostei de lugares com muitas pessoas, nunca tive muitos amigos, não saía na adolêscencia e nem na vida adulta. Na escola, eu nunca perguntava aos professores, odiava apresentações orais e aulas de educação física... Qualquer coisa que me deixasse exposta. Começar a trabalhar foi muito difícil. Lidar com o trabalho, pior ainda.
Mas se aprende a viver com isso. Ou é obrigada.
Resolvi escrever sobre isso porque nas minhas pesquisas na web sobre o TPE não achei relatos pessoais. Apenas artigos e páginas explicativas.
Se você tem TPE, ou qualquer outro TP, conte para mim, nos comentários, como chegou ao diagnóstico.
Oi adorei seu depoimento. Estou nos grupos do Facebook porque tenho quase certeza que meu filho sofre disso. Sua história parece muito com a dele. Vc toma alguma medicação? Como consegue trabalhar? Ele nunca conseguiu e tem 22 anos.
ResponderExcluirOlá! Sim, eu sou acompanhada por um psiquiatra e tomo medicação. Eu meio que fui obrigada a trabalhar. Foi bem difícil no começo e tive dificuldades, mas tive que continuar. A convivência é difícil, mas acho que tive um pouco de sorte com os colegas que entendiam.
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